A mesma Cia. Progresso Paulista?


















A origem do nome da Vila deriva da Cia. Progresso Paulista, que iniciou o loteamento da Fazenda Figueira Grande em 1912. A imagem acima é da empresa responsável pela primeira linha regular de diligências da cidade de São Paulo, em 1872, que também se chamava Cia. Progresso Paulista (http://www.wernervana.com/ilhbd1.html), resta saber se se trata da mesma empresa, tendo em vista o lapso temporal de quarenta anos entre uma e outra situação.

O Centenário da Vila no Blog do Nassif

 http://www.advivo.com.br/blog/luisnassif/o-centenario-da-vila-progresso

Matéria sobre os 50 anos da Estação Parada XV - 1976

Vista parcial da Vila Progresso, 1950
















1926 – 1976
PARADA XV DE NOVEMBRO COMEMORA O SEU CINQUENTENARIO.
SÃO PAULO – NOVEMBRO - 1976

RETALHOS DE HISTÓRIA, por Álvaro Simões

COMO NASCEU A PARADA XV DE NOVEMBRO, PONTO DE REFERÊNCIA DE (ilegível)AS DE SUAS VILA – SEUS PRIMEIROS HABITANTES – FAMÍLIAS (ilegível) PIONEIRAS – AS LUTAS PELO SEU DESENVOLVIMENTO

A PARADA XV DE NOVEMBRO (...) como ponto referencial a ESTAÇÃO FERROVIÁRIA, originou-se da Vila Progresso, que por sua vez foi uma gleba desmembrada da FAZENDA FIGUEIRA GRANDE, adquirida pela Cia. Progresso Paulista, pertencendo toda esta gleba a antiga FREQUESIA DE SÃO MIGUEL.
         Os primeiros habitantes perderam-se no tempo, alguns originários de famílias de escravos da antiga Fazenda, chegando alguns de seus descendentes até os nossos dias. GERALDO GALDINO, o popular ADO, ainda residente no bairro é um deles.
Por volta de 1912, a Cia. Progresso Paulista iniciou a venda de lotes, ou quadras com áreas de 10.000 m² - sendo os seus primeiros comparadores, proprietários de moradores quase todos estrangeiros – Cecília Iter, Américo José Rodrigues, Manoel Francisco Lopes, Antônio Rodrigues, Daniel Simões, Joaquim Malgueiro, Manoel Santiago, Evaristo Alvarez, Joaquim Miranda, Joaquim Mendes, Abílio de Souza, Manoel Viçosa, João Leitão, João Soares de Almeida, José Maria Nazareth, Família Perrota, Da. Deolinda, Joaquim Ramos e outros.
Com exceção de Cecília Iter e Américo Rodrigues, todos os citados tem descendentes residentes no bairro e podem ser considerados PIONEIROS DO PROGRESSO DA VILA.
Transporte não existia; para se ir ao centro da cidade precisava-se caminhar até Itaquera para tomar o trem, apenas dois por dia.
Em 1916 foi efetuada a primeira inauguração, o CRUZEIRO DE SÃO SEBASTIÃO, padroeiro da Vila, tendo sido construído todo em pedra trabalhada e em cuja URNA DE FUNDAÇÃO, foram colocadas moedas e jornais circulantes da época, assim como documentos e lista com assinaturas das pessoas presentes.
Foi oficializante do ato o MISSIONÁRIO FREI “ANTÃO JORGE” que, na oportunidade, batizou a primeira criança, sexo feminino, com o nome de IDALINA RODRIGUES, que por coincidência, quando foi inaugurada a Capela de São Sebastião, a 20 de janeiro de 1938, foi oficializado o primeiro casamento, sendo este o da mesma IDALINA RODRIGUES e seu festeiro o Sr. José Maria Nazareth.
A Capela de São Sebastião foi construída com material doado e trabalho dos moradores e imagens doadas por Da. ELIZA ZENKER. Mais tarde a Capela foi destruída, sendo que os documentos da URNA existente, o SINO e a IMAGEM tiveram destino ignorados, sendo parte da área pertencente a igreja loteada.
Com o término da Primeira Grande Guerra, 1914/1918, começaram a vir novos moradores e por volta de 1922 iniciou-se a primeira luta reivindicatória, (A PARADA DE TRENS que teve na pessoa do Doutor JOÃO ALGUSTO BREVES, o baluarte incansável desta conquista. Advogado, culto, político esclarecido, com o apoio dos moradores, através de abaixo-assinados até da Vila de S. Miguel (porque essa Parada também interessava a seus moradores já que, naquele tempo não existia a linha Variante) o Dr. BREVES foi várias vezes ao Rio de Janeiro para solicitar ao Ministro da Viação e Obras e aos Diretores da E.F.C.B., o atendimento desejado. Convém lembrar que após vários diálogos a “PARADA” deveria ser localizada no Km. 22, onde hoje está instalada a Fábrica de Papel GUAIANAZES.
O Doutor BREVES não se conformou, continuou com seu prestígio e trabalho lutando, e a 15 de novembro de 1926, após ter sido construída uma “Plataforma” com pequena cobertura, pela primeira vez oficialmente parou o trem – estava fundada a VILA DE PARADA XV DE NOVEMBRO.
Na inauguração estiveram presentes autoridades entre elas CARLOS DE CAMPOS, engenheiro da Estrada, muita festa, banda de música, alegria sem fim.
Uma das primeiras pessoas a embarcar foi o senhor ALCIDES RODRIGUES, jovem na época, hoje militar aposentado, e ainda residente no bairro.
O senhor MANOEL FRANCISCO LOPES, militante da antiga GUARDA NACIONAL, um dos primeiros moradores, foi administrador de todas as terras desde os limites da FREGUESIA DE SÃO MIGUEL, sítio das Águas Vermelhas, hoje Jardim Robru. Vila Coruça, etc.
Com a venda de terras à Cia. Progresso a Fazenda Figueira Grande ficou com sua área diminuída, passando a ser administrada por JOÃO LEITÃO, cujos filhos e netos residem, todos, ainda em Parada XV e Itaquera.
As terras de JOÃO SOARES DE ALMEIDA e AMÉRICO RODRIGUES, tiveram como encarregado e responsável, DANIEL SIMÕES, que veio mais tarde a adquirir as de Américo Rodrigues por escritura lavrada e registrada na 3ª Circunscrição de Imóveis em 07/05/1917.
OUTRAS FAMÍLIAS
         Família dos Pedrosos: não podem ser esquecidos. Brasileiros natos, sua origem vem de datas não precisas, nomes típicos, nhô Totico, nhô Arlindo, nhá Alzira, Dito Pedroso, festeiros, merecedores de todo o respeito pelo seu trabalho e sua simplicidade, promotores de grandes festas juninas ao Padroeiro da Família na década de 1920/30, seus descendentes ainda se encontram no Bairro representados pelo popular Totó, seus filhos José Pedroso (Depósito Pedroso), Waldemar Pedroso etc.
         Família José Araujo, tronco de grande ramificação, precursor do progresso através de suas olarias, tem descendentes em Parada XV, trabalhadores, populares, bons de bola. 
          Família Ernesto Urbano (família numerosa) apicultor (criador de abelhas), Waldemar Urbano, seu filho herói da revolução de 1932 – Belmiro Urbano também seu filho Industrial, estabelecido no bairro.
           Família Damaso Pinto, cujo chefe dá nome à principal via que atravessa Parada XV de Novembro. Foi o proprietário de todas as terras do lado Sul ou seja da parte direita do sentido S. Paulo Mogi das Cruzes e mais tarde adquirida pela Família Prado, originando-se a Imobiliária XV de Novembro.
          Com a inauguração da “PARADA XV”, começaram a chegar outras famílias fixando-se na parte nova, ou seja, Vila 15 de Novembro, Artur e Da, Elisa Zenker, Carlos Stafen, Carlos Czizek, Skrupsen, Júlio Navega e outros. Da. Elisa Zenker era originária de recursos abastados, muito caridosa e social, procurava auxiliar a todos que batiam e sua porta, promovia grandes festas sociais, sua visita faziam a alegria da criançada com suas possantes motocicletas. Foi, com outras pessoas, a fundadora de um clube com o nome de “Eldorado” sendo este o clube social da época, hoje na saudade e lembrança daqueles que tiveram a oportunidade de conhecer e participar de suas reuniões.
           Foi Da. Elisa que, com seus recursos, montou um pequeno Parque Infantil onde hoje está localizada a Praça XV de Novembro e que servia para divertimento das crianças.
           Parada XV de Novembro teve uma pequena indústria de fogos, fundada por seu Dante e, mais tarde, a família Setti, fechando-se por volta de 1931.
Família Setti: muito numerosa e alegre teve na pessoa de ROMUALDO setti e do saudoso Antônio Setti, elemento de destaque na progressão de Parada XV, comerciante foram eles que construíram os prédios para a primeira Farmácia, Açougue, Barbearia, Posto Policial, Escola Pública e quase uma centena de casa de aluguel.
A indústria considerada pioneira do bairro foi fundada em 1º de janeiro de 1958 – “Indústria Mecânica Abaeté” – localizada à rua Guarani, 43, seus produtos de Metalúrgica, Peças e Ferramentaria, são distribuídos em diversas partes do Brasil, são seus proprietários os irmãos Czizek (Qui(...)do e Bubito).
A primeira escola foi de Da. Madalena Rodrigues, estava localizada à Rua Padre Antão Jorge, hoje nº 54, depois a do Sr. José Professor e Da. Alice, localizada à Rua Guarani, hoje nº 387.
O primeiro grupo de crianças a fazer a primeira comunhão em 1927, teve como professora Da. Iracema, sobrinha do Doutor Breves, sendo que mais tarde passou a ser religiosa interna de um convento.
A primeira rua oficialmente construída por poderes públicos, (...) através do Doutos Breves, Rua Cecília Iter e parte da Av. Municipal, sendo este também o doador (...) onde está construída a Igreja Santo Antônio de Lisboa, em Vila Progresso.
Grupo escolar Mário Reys (...) cedida pela Cia XV de Novembro, construída com a colaboração do Deputado Altimar Ribeiro de Lima. A Igreja N. S. das Graças com área também cedida pela Cia., foi construída pelo povo, com grande colaboração de JÚLIO NAVEGA.
Finalizando: estes RETALHOS DE HISTÓRIA, resumidos, simples, humildes e singelos, mas sinceros, foram anotados, por que os escreveu, Álvaro Simões, Juiz de Casamentos deste Distrito, que nasceu neste bairro à Rua Laurentino Xavier dos Santos nº 495, a 28 de setembro de 1919 – há 57 anos, portanto – que aqui viveu a sua infância, adolescência e mocidade, sem nunca ter saído desta localidade, trabalhando, lutando, reivindicando, sempre, algo de bom e útil em benefício da coletividade. Neste cinqüentenário da Primeira Parada de trens em nosso bairro, ele rende sua HOMENAGEM  a todos os PIONEIROS e seus descendentes os quais, com seu sacrifício, coragem e trabalho e desprendimento, ajudaram a fazer o progresso da PARADA XV DE NOVEMBRO.